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AMO-TE-AMAS-ME...SOMOS AMANTES

Estava um dia de sol esplendoroso e os pombos invadiam o espaço da estação, em voos rasantes, pousando graciosamente no pavimento de mosaicos pretos e brancos da estação ferroviária.

O coração dele batia de uma forma estranha. Podia ouvir as batidas, sentir que queria saltar a todo o momento, ou parar do desassossego que a visita da mulher que amava, que conhecia apenas de fotografias, de imagens enviadas no calor das palavras. Imaginava-a bela, linda, sedutora, mas ver a sua realidade, se a pele era macia como se evidenciava e os aromas,e o ar de menina que transparecia dos seus olhos. A voz, ao vivo, no seu som natural e pejado de emoção. Teria ela emoção? ao vê-lo...e se cheirassem a manteiga, os seu lábios que sempre vira sensuais, apelativos de beijos?

A luz redonda, um olho só, ao alto, no centro da locomotiva que entrava na gare, silenciosa e lenta, resfolegando sons de descompressão. Imobilizou-se. Os olhos dele sob os óculos de ver em todas as longitudes, uma figura simpática de homem de sessenta anos, a pele tisnada pelo sol e pelo sal marinho., cabelo branqueado, feições ainda belas, de homem maduro habituado a moldar figuras da alma em corpos de mulher. O seu fascínio de há anos, moldar a alma perfeita num corpo que pudesse amar, sempre, não como corpo, mas como alma.

Na gare as pessoa iniciaram movimentos convulsivos de busca de quem esperavam. Ansiedade ou surpresa, ou desdém. Rostos expressivos onde os olhares oblíquos ,por entre corpos que se cruzam, são como o vai e vêm de um abstracto conjunto batido pelo vento.

É ela, pensa. Está direito e só, o seu corpo, no meio da passagem entre linhas de onde ela virá, vem. É uma mulher ainda jovem à beira dos quarenta, talvez. Bonita, o cabelo castanho escuro , liso, sobre os ombros, a cara redonda, o nariz a boca de lábios rosados e um sorriso lânguido sensual. Os olhos brilhantes da excitação e procura dele, inquietos, inquieta toda ela, formosa, os joelhos bonitos, moldáveis em excelente aspecto de escultura. A saia cinzenta, justa, as formas das ancas pronunciadas, sob o casaco comprido. de tons cinzentos, a gola e os punhos negros, as maminhas salientes, pequenas , redondas no aperto do sutiã, toda ela uma imagem airosa, encantadora e frágil à procura de se decidir, de se enfrentar.

Ele acenou-lhe com a mão e os olhos dela responderam ao sorriso. Os lábios entreabriram-se, deu um passos mais apressados e abraçaram-se com ênfase, as mãos dele festejando-lhe as costas, como que à procure do molde, do jeito de a moldar em corpo na alma já tantas vezes imaginada, sugerida. A mala pequena que ela trouxera abandonada, junto a eles, um beijo leve nos lábios dela, aspirar o perfume dos corpos, o quente dos corpos,os seios dela no seu peito, os lábios permissivos e ele a alongar-se no beijo a introduzir-lhe na boca a língua pastosa, a chupar a dela em movimentos contínuos de vai e vem e ela a entrar no jogo, a aprender, a sugar também ela o sabor dele, de dentro dele e ele de dentro dela, a língua, o sabor a frutos vermelhos, os olhos sob uma névoa perturbante da consciência de onde estavam, cambaleante, ela de sentir pela primeira vez um beijo intenso, ao interior de si, a sentir ânsias pelo corpo, desde os pés, o sexo que se lhe esvaía em fluídos até então apenas sentidos na cama de esposa fiel.

Estavam sós, na plataforma da gare,a recomporem-se emocionalmente do encontro que há tanto esperavam. Falavam ...

-És linda, meu amor. Um sonho de mulher ante a minha realidade. E eu amo-te...

E ela, agora, ainda perplexa daquele homem que ela amava, que lhe dissera palavras que não ouvira em mais de uma dezena de anos de casada. A mesma posição a fazer amor, sexo , os beijos de lábios apenas encostados, a palavra amo-te que não fora dita, nem por ela nem por ele, o seu marido, apenas um gosto de ti, um quero-te, beijos nas maminhas, um satisfazer dele as necessidades biológicas e ela a pensar se era só aquilo que ouvia a amigas, a vida de casada,de amores, sempre igual e sem a plena satisfação, algo de superior ao que pudesse imaginar, uma surpresa da alma e aquele homem, o seu amante extra casamento, algo que a enervava pensar porque se prometera no dia das alianças trocadas em juras de eternamente. Mas a verdade é que se sentia um objecto de troca e sem valor. Um objecto de quem o marido se servia sem pagar sequer em amor, porque não é amor ter sexo sem satisfação mútua. Confusão no seu cérebro.A depressão que se instalou há 2 anos, que a faz tremer sempre que conhece alguém de novo e agora, este homem surgido de um nada de uma visita a locais comuns e os olhos ,as palavras trocadas a fazerem dela uma evidência de mulher carenciada em afectos e objectivos de si ,de ser mulher inteira, de se conhecer de dentro, do teor e a causa do sentimento de frustração que alimentava a sua alma.

_E tu, meu doce, amo-te de verdade, és a minha luz.

Tomaram um táxi para o hotel onde ela ficaria esta noite. Viera para uma consulta de especialista. Uns nódulos mamários que a preocupavam. O marido não pudera vir por pressão profissional e ela decidira que não seria assim tão importante, por apenas uma noite.

_Queres que suba? Disse-te que não te pressionaria em nada, de nada.

Estremeceu, um sorriso tímido, as mãos nas dele, nos olhos um brilho, as faces rosadas,os lábios em movimentos lentos

-Sim quero.

Subiram, ela agora mais determinada, a consciencializar-se, a crescer assumindo que crescia, ela que não sabia nadar, nem andar de bicicleta, nem conduzir uma viatura, sequer uma conversa, ousando tomar a dianteira ao desenrolar da situação que a confundira até ao desembarque na gare onde ao vê-lo, o seu homem amante de si e ela dele, na essência das almas que os tinha cativos, que os juntara entre o sonho e a realidade.

O quarto do hotel era confortável, bem decorado, a cama grande, duas cadeiras, um sofá, uns quadros de Maluda , janelas na parede, talvez cópias, ele pegara-lhe ao colo e entrara com ela nos braços. Deixou que escorresse por ele lentamente e abraçou-a, agora na intimidade das almas, e beijou-a profundo, os dentes dela nos dentes dele, sons deleitosos

de estremecer os corpos, ele ia despindo as roupas que a cobriam e ela as dele, desajeitados por que profundos de onde se encontravam, as mãos que lhe percorriam o corpo, a pele clara, macia, o cu as ancas,os lábios dele em movimentos que oscilavam dos lábios para as maminhas e ela em silêncio, arfando de leve,abafada em beijos, em afagos de ternura , os dedos dele no cu na vagina, no clitóris. Tão doce, tão intenso, tão carinhoso, tão sem pressas, a provocá-la à partilha do fogo que ela sentia dentro de si, que não se soltara desde que fizera sexo pela primeira vez com o seu marido.

Sentia calafrios quentes, eléctricos e o cérebro longe, como se vagueasse a uma altura imensa de fora dela e era em si que ela sentia toda a volúpia ardente,o sexo húmido dos dedos dele que a penetravam ora no cu ora na vagina em movimentos suaves, a concentrá-la em tantos lugares de prazeres maravilhosos.

_Sabes a frutos vermelhos, doces, mel. Que comeste?

-Nada, não comi fruta.

A voz dela quase desfalecia e ele pensou que o sabor de dentro dela era virgem, de frutos antigos de há anos, talvez desde a infância.

Sentou-se numa das cadeiras,estavam nus ambos e deleitavam-se dos corpos ao sabor das almas adejantes , por sobre eles,que sorriam de os ver entrelaçados Ela abriu as pernas e sentou-se sobre ele. O sexo encostado ao seu clitóris, a glande avermelhada, num esconde e mostra, lento, sensual, afrodisíaco da sua mente em polvorosa. Abriu mais as pernas e deixou-se penetrar daquele membro saboroso da sua libido exaltada. Ele entrava docemente, sem sufocos e pouco a pouco foi penetrando até ao mais fundo possivel e tirava e ela apertava-o para que se mantivesse dentro, as maminhas no peito dele, os dedos dele no seu cu. Sensações desconhecidas, intemporais. Ela movimenta-se como se cavalgasse um cavalo, como se pulasse sobre uma nuvem densa e poderosa que a integrava. Um momento sublime, um jacto quente que a inundava e ele a sentir os espasmos dela que se contraía, talvez da ejaculação. Apertaram-se ambos, mais, muito, num êxtase.

Exaustos mas libertos, amantes da sua pureza, por uma só vez que fosse. Ele beijo-a de novo, o corpo que se descomprimia, os olhos dela, as orelhas, a nuca e o pescoço, as maminhas e já não sentia reacção do outro corpo, que se ia abandonando, de novo entregue à alma.

:Tens uns olhos lindos e soubeste escolher uns óculos que te mantém a beleza do rosto e do olhar. Nem toda a gente sabe escolher óculos!...

_Obrigado, meu amor, estou muito feliz ...



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É o que me proponho. Escrever sobre vidas anónimas que valem as luzes da ribalta ou a fixação histórica e que traduzem a essência de um povo. Primeiro de uma família. Primeiro ainda, ou antes de tudo, a essência de um homem, de uma mulher.

Escreverei por encomenda, preços de acordo com extensão e pesquisa de documentação. Mas com a paixão que o percurso proposto me suscitar.

Aguardo a vossa proposta.



J.R.G.